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Principais desafios de empresas e ICTs para inovar são apontados por especialistas
Le 18 Avril 2017

Este mês especialistas do setor produtivo e de Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) se reuniram em Curitiba (PR), para discutir soluções para as dificuldades no novo cenário da inovação no Brasil. O objetivo foi fazer uma avaliação crítica e apontar caminhos para a atuação das empresas e dos institutos tecnológicos, sobretudo os públicos, em um cenário caracterizado pela escassez de recursos e de novas formas da pesquisa.

De acordo com Paulo Foina, consultor da área de negócios do Instituto de Pesquisas Eldorado “o coração dos problemas da inovação é uma questão de gestão". Para ele, não há uma sinergia entre o que o mercado necessita e o que a iniciativa pública oferece. Assim, muitas pesquisas desenvolvidas não se encaixam no conceito de inovação. “A criatividade que não gera dinheiro, não é inovação. O objetivo principal de uma empresa é o lucro e por isso a inovação deve gerar lucro".

Paulo citou como o outro lado do problema o fato de o mercado empresarial não buscar a inovação como fonte de aumento de lucros. Atualmente, se um empresário está com problemas financeiros, o mais comum é a busca de diálogo com o governo local para solucionar seus problemas. “Se um negócio não passar por inovação ele desaparece ao longo dos anos. Podemos observar o Uber, que começa a substituir o táxi porque essa forma de negócio não se reinventou", explica o consultor.

O superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Paulo Mol, apontou como grande problema atual a falta de cultura de inovação. Segundo ele, essa problemática perpassa os três eixos da tríplice hélice - empresa, universidade e governo. “O empresário brasileiro está acostumado a trabalhar com o fechamento do faturamento, questões trabalhistas, tributárias e ambientais. Culturalmente ele foi acostumado a não gastar muito tempo com inovação", afirmou.

Outro ponto comentado por Mol foram os financiamentos. “Inovação envolve risco. Startups sem crédito não funcionam. As ideias só se materializam se existir uma estrutura de financiamento", alertou. Nesse aspecto, o superintendente destacou que é essencial a parceria entre o Estado, as instituições de fomento à pesquisa e empresas.

Burocracia e sensibilização

Além disso, o professor adjunto do Departamento Acadêmico de Gestão e Economia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Ricardo Mânica, acredita que um dos maiores desafios para inovar é a grande burocracia que as empresas enfrentam no Brasil. “Nós falamos muito em buscar recursos e, ao fim, nós conseguimos. No entanto, a utilização dos recursos é travada na questão legal, na questão burocrática", explicou.

Ricardo Mânica ressaltou como um dos principais problemas burocráticos é a diferença de tempo de tramitação dos processos dentro do sistema público. “Ao mesmo tempo que um ministério libera, o outro trava", contou.

Outra necessidade é a sensibilização social em relação ao trabalho de empresas públicas. Segundo ele, existe um imaginário no mercado de que pelo fato das empresas serem públicas, todo o trabalho delas deve ser com recursos do governos e, assim, os resultados deveriam ser gratuitos. “É preciso entender que existe sim um custo de desenvolvimento".

Mediador do debate, o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e também presidente da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), Júlio C. Felix, destacou a importância da política para que a inovação avance no Brasil, reforçando que já existem mecanismos para isso. “A ABIPTI, por exemplo, oferece uma assessoria parlamentar à empresas filiadas e seus parceiros", lembrou o mediador.

Também foi debatido pelos especialistas durante o workshop “A atuação sustentável dos institutos de pesquisa face aos novos modelos de desenvolvimento tecnológico e inovação", promovido pela ABIPTI e o Tecpar.

(Agência ABIPTI)

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