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Projeto Sirius eleva o padrão da ciência nacional e abre novas perspectivas de pesquisa
Le 07 Mars 2017

O projeto já mobilizou R$ 121 milhões para construção de uma das primeiras fontes de luz sincrotron do planeta. Previsto para ser inaugurado em 2018, os recursos mantém o cronograma até abril, mas as obras não podem atrasar.

Em construção desde dezembro de 2014, o Brasil trabalha para elevar o padrão da ciência brasileira ao colocar em funcionamento, em 2018, o acelerador de elétrons Sirius, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). O Sirius é uma das primeiras fontes de luz síncrotron de quarta geração no planeta, projetada para ter o maior brilho dentre os equipamentos na sua classe de energia, abrindo novas perspectivas de pesquisa em áreas como ciência dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, física e ciências ambientais

O diretor do LNLS, Antonio José Roque, disse que "As obras estão continuamente evoluindo e estão dentro da perspectiva de inauguração em junho de 2018".

Segundo ele, sem levar em conta os desembolsos em construção civil e recursos humanos, o Sirius já mobilizou R$ 121 milhões, dos quais R$ 74 milhões foram aplicados no mercado brasileiro e R$ 47 milhões no exterior. "Ou seja, 61% dos recursos bancaram conteúdo nacional. E se considerarmos obras e RH, esse percentual sobe para aproximadamente 89%", apontou Roque. "Não há no país projeto de tal porte com números tão expressivos."

Roque afirma a importância do novo acelerador, que deve possibilitar uma mudança qualitativa nas pesquisas dos usuários do anel UVX, máquina de segunda geração também operada pelo LNLS, no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). A radiação síncrotron é uma ferramenta científica voltada a analisar diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos.

O coordenador-geral de Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais do MCTIC, Luiz Henrique Borda, lembrou que o Sirius deve se tornar a mais moderna fonte de luz síncrotron do mundo, com capacidade de elevar o patamar da ciência brasileira. "Então, ele não pode dar errado nem atrasar.

O projeto prevê capacidade de até 40 linhas, 13 delas na primeira fase, a ser concluída em 2020. O único equipamento de quarta geração do mundo, a fonte MAX IV, instalada em Lund, na Suécia, começou a operar em 2016 com apenas uma estação, mas, para Roque, o Sirius tem condições de ultrapassar a fonte sueca em vanguarda tecnológica. O planejamento de acordo com o diretor LNLS indica que o Sitius será inaugurado em 2018 com quatro linhas de luz – estações experimentais onde os materiais são analisados após serem atravessados por raios.

"O MAX abriu a porta, mas nós ainda temos uma grande janela", comparou. "O nosso projeto tem uma série de características mais flexíveis, e a nossa máquina pode ser mais otimizada, com um brilho maior, porque, obviamente, quem vem depois pode se sair melhor. Mas não é somente por isso. Nós temos outro diferencial, pela interação da parte científica com a de aceleradores, já que as nossas linhas de luz têm soluções hoje mais interessantes. Temos oportunidade de começar a tirar ciência de ponta, apesar de sair depois, junto ou até um pouco na frente do MAX em algumas áreas."

Na visão de Roque, os Estados Unidos perderam a oportunidade de liderar a quarta geração porque não tiveram "a coragem da Suécia de investir nessa tecnologia" quando construíram seu último acelerador, no Laboratório Nacional de Brookhaven. "Mas agora eles já estão correndo atrás e já têm o projeto de upgrade do APS [Advanced Photon Source] de Argonne", informou. "E a Europa, como um todo, tem outra grande fonte de síncrotron, em Grenoble, na França, onde fica o ESRF [European Synchrotron Radiation Facility], que também se movimenta para alcançar o nível do MAX e do próprio Sirius."

Fonte: MCTIC

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